Sua antiga família quer te levar a falência

Minha família é igual a 90% das famílias de brasileiros, sempre viveu sem nenhuma disciplina financeira. Lembro que diziam: "Dinheiro não dá em árvore". Não dá pq nunca plantaram a deles. Tudo bem, viveram nos anos mais difícil do Bostil, inflação em alta, idas no mercado era uma aventura, recebeu, corria gastar....
Para eles, investimento é dinheiro na poupança, títulos de capitalização ou compra de terrenos ou casa, aposentadoria em previdências privadas ou mesmo esperar a idade para se aposentar no INSS. Eu não os culpo por isso, nossos pais não tinham a facilidade que temos hoje e por gerações era este o pensamento. Eu inclusive, meses atrás, era um analfabeto financeiro também.

Meus pais se separaram quando eu era adolescente. Minha mãe recebia uma boa pensão, mas nunca sobrava, aliás, faltava.
Quando meu irmão mais novo completou 18 anos, a pensão foi cortada. Minha mãe caiu de costas, não havia nenhum centavo guardado, meu irmão não trabalhava e gerava gastos absurdos. Só descobri no primeiro mês que assumi a bronca de manter uma família.
Neste meio tempo, por ser mais velho, estava na luta de faculdade e emprego bosta. Não tinha as facilidades de hoje, e lembro que me sobravam uns R$100,00 por mês (valores atuais de hoje). Para ter esta grana, comia marmita, deixava um percentual com minha mãe e o resto era meu.

Quando eu assumi a bronca, eu estava cursando faculdade e tinha acabado de arrumar um emprego melhor. Eu tinha 2k (atuais) da rescisão de contrato. Eu lembro que estava numa festança pois me sobravam uns R$600 reais por mês... Saia com umas 4 moças na mesma semana... Durou um mês esta alegria, até receber a notícia do corte da pensão do meu pai.

No primeiro mês, recebo uma bomba. Conta de telefone: R$900,00.... segundo mês R$ 1100,00. Meu irmão torrou tudo falando com uma vadia no celular dela. Dos R$600,00, me sobravam uns R$ 50,00... Dava o dinheiro da casa + faculdade....e pronto, acabou o dinheiro, acabou as festança, fiquei triste neste tempo. Até eu casar assumi a conta da casa e a contabilidade. Meu irmão não teria nenhum compromisso até ele ter 24 anos, para que pudesse trabalhar e correr atrás de uma vida melhor.  Não foi isto que ele fez, ganhava apenas uns troco e tocou o foda-se para a vida.

Quando casei, eu já sabia que a má administração da minha mãe com contas e o meu irmão que não tem muitas responsabilidades, uma solicitação de resgate financeiro era questão de tempo. Para foder tudo, minha mãe é muito orgulhosa.

Meu irmão é um parágrafo à parte. Apenas curti a vida. Não ajuda financeiramente em nenhuma conta, e além de não ajudar, usa o cartão de crédito da minha mãe e não paga. Ai já viu. A família é composta por uma pessoa que não controla os gastos e outra que leva esta ao buraco.

Pois bem, fui solicitado para o resgate. E era pior do que eu imaginava. Minha mãe já tinha feito um empréstimo com juros altíssimos e precisava de um novo. Neste caso, tomei as seguintes medidas:

• Somar todos os gastos mensais até o final do ano.
• Nisto mostrei para minha mãe que ela já tem contas superiores ao seu rendimento.
• Realização de cortes monstruosos, principalmente em mercado. 
• Se quiserem comer melhor, meu irmão terá que comprar.
• Retirada de crédito.
• O cartão de crédito foi confiscado, pois não há como fazer novas contas.

Com estas medida, todas as contas serão pagas e não haverá novas despesas. O empréstimo será concedido com juros e o primeiro pagamento somente no ano que vem. Não tem como minha mãe gerar nem um real de gasto a mais este ano.

O mais interessante de tudo isto foi:

• Ficou claro para minha mãe que o orçamento estava desiquilibrado
• Demonstrar a ela que, sim, ela pode guardar dinheiro. 
• Outro ponto que ficou muito claro para ela foi que o salário dela dá para viver.
• Ficou claro que, meu irmão leva ela para o buraco.
• E está comprovado que ela consegue guardar um bom dinheiro (30% do salário dela)

Após todo o pagamento do meu resgate, que levará todo o ano de 2017, no ano de 2018 será o ano da aquisição de créditos. Até lá, o cartão de crédito ficará bloqueado. Só será liberado novos créditos quando atingir o dobro do empréstimo que farei.

Eu sei que é duro fazer isto com sua mãe, mas somente com medidas assim que talvez a faça refletir. Serão 2 anos e meio de aperto ao máximo. Mas, se eu não faço este resgate, não demonstro a contabilidade da casa, nem imagino a bola de neve que isto viraria.

O mais engraçado de tudo isto, foi comentar no meu serviço, sobre um papo de dinheiro e família, me questionaram se eu cobraria juros se emprestasse para minha família. Eu respondi: -Cobro juros até da minha mãe. Dinheiro não é festa, não tem nada de graça neste mundo.

O juros cobrado será de 1,5% ao mês.

É isto, e vocês, já passaram por algo assim?